sábado, 20 de fevereiro de 2016

YEWÁ & YEMONJA ASESUN.


Sabemos que na Nigéria as aldeias de culto a Yewá são muito próximas as de culto a Yemonja Asesun, então o povo Lukumi conta esta lenda:

Yemonja Asesun e Yewá sempre andavam juntas. Eram jovens e bonitas, saiam pelo mundo em mil peripécias. Certe vez Yemonja construiu um barco e chamou Yewá para ir com ela pelo mar e Yewá aceitou sem titubear.

Elas então roubaram favas (Guacalotes) de Oxóssi, saíram mundo a fora abrindo Alafia e prevendo o futuro com as favas. 
Porém nem Orunmila ou Oxóssi haviam permitido isso.
Yewá e Yemonja eram belíssimas e por isso abusavam do coração dos homens, jogavam as favas para eles e eles ao se encantarem pela beleza delas não se davam conta que elas tomavam posse de seu dinheiro e depois fugiam.

Com isso as duas ficaram muito ricas e poderosas. Elas sempre se justificavam dizendo que eram da parte de Esú, mas este tão pouco sabia dos feitos das Yabás.

Sempre que as favas acabavam, elas iam para a terra de Omó Ayó e pegavam mais, pois nesta aldeia litorânea é que se cultivavam as favas.

O povo de Omó Ayó não estava nada feliz com Yemonja e Yewá, a riqueza da aldeia vinha das favas e elas não estavam respeitando as sagradas favas de Oxóssi.
Em Omó Ayó se cultivavam favas de todas as cores e o povo valorizavam muito as favas Guacalotes.

Na aldeia vivia um filho de Orunmilá chamado Awó Alayó Ota e este era bem quisto por todos pois graças aos conselhos dele que a aldeia era tão prospera.

O povo de Omó Ayó se reuniu na casa de Awó Alayó Ota e pediu que ele tomasse uma providência para dar um basta no desrespeito de Yemonja e de Yewa pelas favas sagradas.

Awó Alayó Ota consultou Ifá e então disse que esperassem, pois as duas em breve atracariam o barco no porto de Omó Ayó e então o povo tomaria suas providências. 
Quando as Yabas chegaram, o povo ofereceu as duas um grande banquete com muita comida. Enquanto elas comiam, o povo de Omó Ayó usou o barco de Yemonja e foram em todos os lugares onde elas haviam estado, apanharam os homens que elas enganaram e levaram para a aldeia, para a casa de Awó Alayó Ota.

Todos estes homens que havia sido enganados foram feitos Babalawos pelas mãos do filho de Orunmilá e então ja não haviam homens enganados naquelas terras.

Parecia que tudo estava resolvido, mas estes acontecimentos chegaram aos ouvidos de Esú!
Esú se sentiu desrespeitado e com isso sua ira respingou na aldeia, as pessoas de Omó Ayó ficaram perturbadas e a nada mais dava certo.

Awó Alayó Ota então disse a Yemonja e a Yewa que deviam desculpas a Esú, afinal ele é mensageiro de Olorum e elas haviam usado as favas e usado o nome de Esu sem respeito algum.

Elas então novamente pegaram o barco de Yemonja e foram para as terras de Esú.
Elas ao se aproximar das terras de Oni Okun começaram a cantar:
"ELEGBARA MOTA BI AYE OMO AYÓ SOKUN. IRÉ ALAYÓ YEWÁ ALAYONIFA ASESÚ MOKI OTA".
Esú quando as ouviu, subiu no barco e então elas diante dele cantaram:
"YEWÁ YEWÁ OMO ATO YEWÁ. YEWÁ YEWÁ OYO ELESE YEWÁ… OMO AYÓ ASESÚ".

Esú se acalmou e as agradeceu muito, ficou tranquilo e foi com elas para a terra de Omó Ayó.
Chegando lá Awó Alayó Ota fez a Esu cerimonias de Ifá e a ele rendeu muitas oferendas.

Desde então Yemonja, Yewa, Esú e Awó Alayó Ota recebem homenagens e oferendas e as favas de Oxóssi para sempre estarão junto a Ifá pois com ela se podem ver mensagens do Orum na terra.
 Esú para sempre estará ao lado de Ifá.

As favas são sagradas para todos os Orisás.
Asé!

Nenhum comentário:

Postagem em destaque

CURSO ONLINE

 

Postagens mais visitadas